Thursday 18 June 2009

Viajar é...

Viajar significa:

I. Pela Venezuela:

1. Sentir medo quase o
tempo todo. Mais do que do povo mau-encarado, da polícia, do Exército, da Guarda
nacional, da Guarda revolucionária (sic) e demais policinhas, todas extremamente
sujas, folgadas e corruptas.

2. Ter que trocar dólares por Bolívares
Fuertes (sic!), a moeda local, sempre escondido e com uns pilantras, pq o câmbio
oficial é de 1 USDólar pra 2,15 BsFs, enquanto eu no "paralelo" se consegue até
7 BsFs por dólar! (procurem no Google por "dolar paralelo Venezuela" e
vcs
vao ver o nível da coisa). Desnecessário dizer que isso é proibido e quem for
pego trocando doletas pode ser preso...

3. Andar por cidades caindo aos
pedaços (assim como os carros e a maioria dos buses), "mas" (vejam que
compensação!) super coloridas (com grafites e pichados, claro!). Tudo no pior
gosto possível.

4. Por falar em mau gosto, viajar pela Venezuela tb significa (e isso
na Colômbia e em St.Vincent and the Grenadines tb é meio parecido) ser obrigado
a conviver 80% do dia com música altíssima. Everywhere! (desnecessário falar que
a música é horrível! Reggaeton, calypso e outras ainda piores e mais comerciais.
Até agora, música boa só em Grenada. Boa, não ótima)

5. Finalmente uma
coisa boa: viajar de bus por mais de 12hs por menos de R$ 18,00! (Certamente pq
a gasolina aqui custa menos de R$ 0,12 o litro (isso mesmo! Doze centavos o
litro!) Por isso é comum ver carros estacionados na rua, trancados e sem ninguém
por horas (cheguei a ver um por quase 3hs, na ida e na volta de um lugar pro
qual eu estava
indo), que ficam com o motor ligado!

II. Pela
Colômbia:

1. Conhecer um país lindo e bastante injustiçado qto à questão
da segurança. Nas áreas longe do conflito com as FARC (ou seja, quase todas fora
da Amazônia) a sensação de segurança nas ruas é muito boa (andei tranquilamente
de madrugada pelo centro de grandes cidades).

2. Conhecer um povo
extremamente carioca! Ixpérto, malandro e que acha que sua cidade é o paraíso!
Mas que não dá golpes nos turistas (nao muito) e conversa na boa.

3.
Poder ir pra Cartagena, provavelmente o maior point de backpackers das Américas
do Sul e central. Além de uma cidade muuuito legal e interessante, cheia de
jovens gringos all around, há alguns albergues animais (mansões coloniais com
jardins internos com palmeiras e
piscinas com cachoeiras) por menos de R$
20,00 a diária!

4. Assim como na Venezuela (mas um pouco menos), ter que
se submeter àquelas músicas escrotas quase o tempo todo. (isto posto, pela
minhas viagens recentes (mais de 10 países nos últimos 12 meses) tenho
infelizmente notado que a música tocada publicamente em quase toda a
América
Latina é realmente um lixo. Muito direfente do que acorre no Brasil, hehehe)

5. Pior do que isso: encarar praticamente ao mesmo tempo temperaturas
que chegam a 39o de madrugada (tipo 2hs da manhã!) e mais de 44o de dia e
ventiladores enormes em tudo que é buraco! Isso sem falar dos equipamentos de
ar-condicionado geladíssimos - uns 14o - por toda
parte. Sentiram o
contraste?). Ou seja, se estiver gripado, não venha! (a Venezuela tb é quase
assim, mas como eles são mais pobrinhos e em geral não estao nem aí pros outros,
há um pouco menos ar-condicionado).

III. Pelas Pequenas Antilhas
(aquelas ilhinhas menores do lado direito do Caribe, tb chamadas de West Indies)

1. Conhecer um monte de países que em alguns casos chegam a ficar a
menos de 12kms de distância um do outro (o que faz com que haja vôos quase
privados - tipo com menos de 20 pessoas - entre os países por, em alguns casos,
menos de 40 dólares. Ok, ok, às vezes são vôos de menos de 20 minutos).

2. Conhecer vários países que acham que Trinidad e Tobago (isso mesmo,
aquelas duas ilhinhas que mal conseguimos ver no mapa da América do Sul) é uma
potência regional! Hehehe. Isso pq lá há algumas indústrias e aqui quase não se
fabrica nada e pq lá há mais de 1 milhão de
habitantes (metade de Guarulhos)
e nenhum outro país da região chega a 200 mil habitantes! (St. Vincent and the
Grenadines, por exemplo, é um país composto por 32 ilhas e que tem 107 mil
habs., sendo 4,5 mil na sua segunda maior ilha)

3. Conhecer uma África
que está dando certo! Além da população ser mais de 99% composta por negros
(negros mesmo, não mestiços), o pessoal é super educado (apesar de uma boa
parte, uns 25%, andar como maltrapinhos, black aliens, rastas e etc - mesmo
estes são bem educados!), simpático e em geral recebe bem os turistas. A
sensação de segurança nas ruas é muito boa e a maioria dos carros são
utilitários animais semi-novos ou novinhos.

4. Sentir o clima dos
piratas chegando a qualquer momento, de pequenas ilhas perdidas no tempo, dos
portos de contrabando dos anos 1800 - com suas tabernas e estalagens cheias de
tipos "uspeitos" e das antigas (não tão antigas assim) fazendas de açúcar
movidas a escravos, suor e sangue.

5. Ver, nadas e mergulhar em algumas
das praias mais bonitas do mundo. Isso sem falar da vegetação extremamente rica
que cresce nestas também negras terras vulcânicas.

6. Bad points? Lidar
com alfândegas toscas (que pedem um monte de formulários nuts, bilhete de saída
do país, reserva do hotel e etc)



Fabio A. Moura, Kingstown
St. Vincent and the Grenadines
West Indies - 17.6.2009

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