Sunday 15 February 2009

remember not to forget

As musicas não param na minha cabeça, e sei o que significa.

Falo pra mim. Pra me lembrar de minhas palavras, que de certo vão mudar. Enquanto as musicas tocarem dentro da minha cabeça, sem que eu as escolha, sem que peçam licença, sei que ainda hei de mudar.

Me lembro de uma noite em especial. Uma noite fria, húmida e quase silenciosa, não fossem as musicas em mim.
A noite veio, e com ela o fogo, o frio, os barulhos e por fim, o fim das musicas, e o silencio. Elas pararam.

Ao reler meu caderno, encontrei por ali "e as musicas começam a parar na minha cabeça". Registrei isso, naquele momento. Da mesma forma que registro isso agora.
Muito barulho e arruaça se passa. As imagens gritam e cantam vivas com sons. Curtas metragens invadem o resto do espaço.
Trilhas sonoras.

Essa mistura toda que reciclo, registro e, provavelmente, encravo em mim.

A situação eh outra, o ambiente, a rotina e os desejos. Os caminhos.
Me ofereço possibilidades e ofertas. Estrago e rasgo algumas, cultivo outras. Mas de fato enfrento uma transição.

Personagens se espalham por ai, mas muitos morrem.
Outro dia mesmo, nas palavras de uma amiga, encontrei um sujeito, que não via a 10 anos. Seu jeito moleque ainda vive e sempre viveu dentro dela. Que brinca com brincadeiras de patos, com pessoas e ri de tudo. Que escreve coisas inesquecíveis em seu diário. Que gravou cenas em sua cabeça que jamais serão esquecidas. Um sujeito, certamente, fantástico. Um sujeito que da nome a um jeito de ser.

E quantos tantos não passaram por ai? Pra onde foi os que vieram depois? E certamente vieram.
Vivem por ai, nas cabeças e memorias de uns poucos.

Tenho que agradecer a ela. Talvez tenha sido ai, que sem nem mesmo perceber, tudo começou a mudar. Talvez.

Não ambiciono nada alem de mim. E não chame isto de egoísmo, mas muito pelo contrario.
Ser a própria ambição eh a busca que poucos se arriscam a enfrentar.

Um quarto vazio. Uma vista la fora. Um lugar que de fato existe.

Um zunido constante, que há de parar.